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Entrevista com Edgard de Carvalho Jr

  • Por Classificados do Rio
  • 13 mar., 2018

“Faço leilão de tudo, de lápis a fazenda.”

Edgard de Carvalho Jr

Carioca da gema, é formado pela Faculdade Nacional de Direito da antiga Universidade do Brasil e pelo antigo Instituto de Belas Artes, onde cursou Desenho e Pintura Artística. Realizou o desejo de ser leiloeiro em março 1983, quando foi nomeado pela Junta Comercial do Rio de Janeiro.

Aos 35 anos de profissão, o leiloeiro Edgar de Carvalho Jr. tem uma rotina espartana. Acorda às 6h da manhã, faz exercícios numa academia por 40 minutos e depois se dirige a seu escritório no Centro do Rio. Os leilões o obrigam a se deslocar com frequência, chegando a percorrer até 700 quilômetros num único dia, e a permanecer horas a fio em pé.

Carioca da gema, é formado pela Faculdade Nacional de Direito da antiga Universidade do Brasil e pelo antigo Instituto de Belas Artes, onde cursou Desenho e Pintura Artística. Começou a se interessar por leilões ainda jovem, quando acompanhava o pai em visitas ao escritório de um leiloeiro na Rua do Lavradio. Realizou o desejo de ser leiloeiro em março 1983, quando foi nomeado pela Junta Comercial do Rio de Janeiro.

Como foi sua estreia no mercado de leilões?

Meu primeiro leilão foi de obras de arte, antiguidades, móveis, pratarias etc. O começo é sempre difícil em qualquer atividade profissional, mas tive sorte de ser convidado para fazer leilões de recuperação de imóveis inadimplentes da Caixa e hoje respondo por leilões das Justiças Federal, Trabalhista e Estadual, além de bancos e procuradorias. São leilões judiciais e extrajudiciais. Em pregões que eu comandei, foram arrematados mais de 50 imóveis sequestrados dos fraudadores do INSS, por exemplo, bens subtraídos do erário público.

Quais são os cuidados que se deve ter para adquirir bens em leilões?

Arrematar em leilão é sempre um risco que deve ser calculado pelo arrematante. No caso de execuções de imóvel, é aconselhável ser assessorado por advogado com experiência, verificar as certidões acostadas aos autos, principalmente de ônus reais, e observar se a penhora foi registrada. No leilão de veículos, é bom visitar o bem antes e saber se foi feita perícia, se há dívidas de IPVA, se está alienado e se o proprietário foi notificado do pregão. A vantagem para os imóveis é a oferta em duas praças, com o valor da avaliação no primeiro e pela melhor oferta no segundo, que pode chegar a uma redução de 50%. Para os veículos, em geral, é aconselhável arrematar por 60% do valor de mercado, pois é um bem que se desvaloriza.

Que impactos a tecnologia trouxe para este mercado?

A Internet mudou muito a forma de se realizar um leilão e ampliou sobremaneira a participação dos interessados. Já organizamos leilões com lances de mais de cinco mil internautas e há lotes que são 100% vendidos em pregões online. Meu site (www.edgarcarvalholeiloeiro.com.br) já registrou mais de três milhões de acessos, são mais de mil por dia, e temos clientes em todo o Brasil. Mas há 30 anos era uma angustia só, um

auditório vazio era sinônimo de fracasso. Hoje chego ao leilão já com ideia do resultado, pois os lances são abertos no site uma semana antes.

Na sua carreira, há alguma histórica curiosa que tenha lhe chamado a atenção em particular?

Faço leilões de tudo, de lápis a fazendas. Mas me lembro de um leilão interessante que comandei no início da minha carreira, para o Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro. Naquele pregão, eu vendi um submarino desativado, que provavelmente virou parafusos.

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